Gosto muito de pensar sobre as questões da motivação para o trabalho. Sou fã da excelência, e penso que a motivação é o código postal para um trabalho de excelência.
Sei que nem todas as pessoas têm o privilégio de trabalhar em tarefas agradáveis, que gostem, ou para as quais se sintam particularmente dotadas, mas esta não deve ser uma justificação para fazer apenas o “suficiente”.
Quanto penso em alguém que esteja a fazer um trabalho menos agradável, ou que não goste penso em alguém a escrever com a mão contrária ao que está habituado. Experimente. Se for dextro, escreva um texto com a mão esquerda. Ao início vai ter vontade de desistir, achar que aquilo não serve para nada, vai sentir-se muito desconfortável. No entanto, à medida que avança no texto, vai sentindo-se mais descontraído. Se treinasse bastante, acabaria por melhorar significativamente esta habilidade, e, em caso de impossibilidade de escrever com a mão com que habitualmente escreve, já estaria preparado para agir.
Repara naquele que faz bem o seu trabalho: esse poderá estar ao serviço de reis e não de gente insignificante.
O que quero dizer com este exemplo, é que poderemos aprender e treinar-nos a estar motivados, mesmo que seja em situações adversas. Eis aqui algumas dicas para manter ou melhorar a motivação.
Considere o seu trabalho digno, importante e significativo.
Se imaginarmos uma conversa entre o Bill Gates e uma auxiliar de limpezas, com certeza pensamos que o Bill Gates para se apresentar, diria “Olá, eu sou o Bill Gates, o Presidente da Microsoft, e a senhora o que faz?”. A senhora, por sua vez, possivelmente diria “sou apenas uma auxiliar de limpezas.” Mas apenas porquê? Temos tendência a valorizar, e assumir que os outros valorizam mais, trabalhos onde se ganha muito dinheiro, se é reconhecido, se detém poder. No entanto, não é tão importante para a saúde e o ambiente manter as casas, os escritórios, os edifícios limpos? Não subestime o seu trabalho, seja ele qual for. Ele é um serviço que contribui para o bem comum. E lembre-se de exemplos como José (o filho de Jacó que foi vendido para o Egipto) ou David. Ambos, muito jovens, começaram a trabalhar com rebanhos no campo, no entanto, o seu carácter e a sua tenacidade, juntamente com a ajuda de Deus tornaram-nos pessoas de destaque na sociedade do seu tempo.
Seja qual for o seu trabalho, faça a diferença.
A Bíblia diz que nós devemos estar “preparados para toda a boa obra” (II Timóteo 3:16-17). De facto, a preparação para um trabalho, seja pelos estudos, pela formação profissional, pelo ver fazer, pelo treino pessoal, é o ponto de partida para um desempenho de excelência. Seja qual for a tarefa, o escritor de Eclesiastes aconselha “Tudo quanto vier à tua mão para fazer, fá-lo com todas as tuas forças” (Eclesiastes 9:10). O empenho numa tarefa, normalmente, mais cedo ou mais tarde, é notado por alguém. Podemos preparar as mesas do refeitório, mas podemos também colocar uma flor colorida em cada uma delas. Podemos simplesmente atender telefones e passar chamadas, ou podemos escutar a pessoa que está do outro lado, e amavelmente responder às suas necessidades.
Quando temos um líder motivado e que nos motiva, é mais fácil prosseguir, apesar das contrariedades.
Considere o seu trabalho como uma missão.
Todo o trabalho tem o seu propósito. Mesmo quando gostamos muito do que fazemos, podemos perder de vista esta importante verdade, no meio da rotina, do cansaço e do passar dos dias. Deus quis ensinar-nos como é importante trabalhar. Ele próprio, logo no início, criou todas as coisas em 6 dias e ao sétimo descansou. Jesus Cristo, que tinha como missão suprema o sacrifício na cruz para nossa reconciliação com Deus, aprendeu, enquanto jovem, uma profissão: carpinteiro. O trabalho, mesmo secular, técnico, prático, deve ser visto como um serviço a Deus, servindo o próximo. Em hebraico, existe uma palavra que designa tanto “trabalho” como “adoração”, avodah, o que traduziríamos em português como serviço. Esta palavra é usada algumas vezes no Velho Testamento. E lembra-nos que fazendo com excelência aquilo que Deus colocou no nosso caminho para fazermos, estamos a dar-Lhe honra e a adorá-Lo.
Seja excelente, seja influente.
Lembremos o exemplo de Daniel. Ele tinha tudo para não estar motivado no trabalho. Tinha sido levado cativo do seu país (naquela altura, o reino de Judá) para a Babilónia, juntamente com outros jovens judeus, para estar ao serviço do rei. A Babilónia tinha outra cultura, outros hábitos, outros deuses.
Mas Daniel trabalhava, sobretudo, para o seu Deus, para o Rei dos Reis. Três vezes ao dia pedia a Sua ajuda em oração. Deus concedeu-lhe sabedoria e conhecimento. E, apesar de ser injustamente acusado, Daniel confiou no seu Deus e foi promovido. Daniel manteve a sua posição importante no império durante o reinado de quatro reis: Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro.
Provérbios 22:29 ensina-nos: “Repara naquele que faz bem o seu trabalho: esse poderá estar ao serviço de reis e não de gente insignificante.”
Como cristãos, não devemos fazer apenas o trabalho para o qual somos pagos, mas ir um pouco mais além. Tal como diz Lucas 17:10, se não fizermos mais do que a nossa obrigação, somos apenas simples trabalhadores.
No seu trabalho, lembre-se que está na presença de Deus
É fácil para nós esforçarmo-nos mais quando o chefe, ou alguém importante está a ver, ou reconhece o nosso valor. Difícil é, persistir no anonimato, no dia-a-dia. O que fazemos quando ninguém está a ver, é carácter. Mas Deus vê. A Bíblia fala-nos de um exemplo, Nimerode, caçador. Em Génesis 10:9 diz que ele foi “um valente caçador, com a ajuda do Senhor” ou “diante do Senhor”. Para o seu tempo, há milhares de anos atrás, ser caçador deveria ser uma profissão bastante comum, no entanto, Nimerode destacou-se, porque agia com ousadia e tinha a ajuda de Deus. De tal forma que ele se tornou uma referência para a sua geração, e as pessoas diziam para outras, desejando-lhes um bom futuro “Que o Senhor o faça um valente caçador como Nimerode.”
Creio que a ajuda de Deus não se restringe aos tempos bíblicos, e, por causa de Jesus, Deus pode ajudar-nos também a ser referência para a nossa geração nos nossos trabalhos/ ocupações. Lembrar que estamos “diante de Deus” leva-nos a ser diligentes e a fazer um trabalho de excelência. Deus promete recompensar quem assim procede “O que fizerem, façam-no de todo o coração como se estivessem a servir o Senhor e não os homens. Lembrem-se de que a recompensa vem do Senhor…” (Colossenses 3:23-24).
Fique atento às oportunidades
Devido ao contexto sócio económico de hoje, existem muitas pessoas que se sujeitam a realizar tarefas muito diferentes das competências que adquiriram pelos estudos. Mas isso não será necessariamente mau. A sua persistência, carácter e atenção às oportunidades podem levá-lo mais longe. A Bíblia relata-nos o episódio de uma menina que não tinha nenhuma razão para estar motivada. As tropas Sírias tinham invadido o seu país (Israel), e tinham-na trazido como escrava para servir a esposa do comandante dos exércitos da Síria. Imagine: longe da sua terra, da sua família, trazida forçadamente para trabalhar a fazer tudo o que lhe pedissem! No entanto, o seu coração cheio do amor de Deus, fê-la reparar nas necessidades dos seus proprietários – o comandante sírio era leproso. Uma doença terrível e incurável naquele tempo. A menina indicou que o profeta de Deus, em Samaria, poderia interceder por ele e Deus curá-lo-ia. Que compaixão! Levar a cura ao inimigo – a quem a separara dos seus pais. A Bíblia não relata o que aconteceu com a menina, a seguir, mas o que é certo é que Naamã (assim se chamava o comandante) foi curado.
Nunca saberemos se seremos verdadeiramente reconhecidos quando agarramos uma oportunidade no nosso local de trabalho e apresentamos as respostas, mas, com a ajuda de Deus, teremos a possibilidade de avançar e deixar o resto com Ele.
Persiga o sucesso
Para a sociedade atual, o sucesso é posse, poder e posição. Para o cristão o sucesso é partilhar, persistir e perseverar. “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia” (Robert Collier). Não desista se não obtiver de imediato os resultados desejados. Não sabemos o que será o futuro, mas não o devemos recear. A cada dia, deveremos fazer o melhor e dar o melhor de nós mesmos. Como Jesus ensina “Não devem andar preocupados com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia a sua dificuldade.” (Mateus 6: 34).
Descanse
O descanso não foi uma invenção de homens, foi uma ordem de Deus. Deus descansou ao sétimo dia, e ordenou que o seu povo assim o fizesse. O descanso no sétimo ano, foi também uma ordem em relação à terra, que não seria cultivada nesse ano para repor as suas propriedades minerais. Infelizmente, esta foi uma das ordens que os israelitas mais tiveram dificuldade em cumprir. Trabalhar, trabalhar, trabalhar sem parar não resolve tudo. O descanso melhora a atenção, a memória, as habilidades motoras, o humor e a capacidade de tomar decisões. Lembre-se “de nada vos serve trabalhar de sol a sol e comer um pão ganho com tanta fadiga, quando Deus é que dá a prosperidade aos seus fiéis” (Salmo 127:2).
Retempere forças realizando agradáveis atividades de lazer.
Desporto, estar com os amigos, ler, passear na natureza, frequentar atividades culturais, tanta coisa que podemos fazer! O lazer promove a estimulação dos nossos centros cerebrais de recompensa associados ao prazer. O lazer é uma das maiores oportunidades para fugirmos da rotina, da repetição. Assim, o nosso cérebro vivencia o novo e o inesperado, que são fatores necessários para a estimulação dos nossos centros de recompensa, com boas repercussões sobre a saúde psíquica e o estado imunológico. Por outro lado, estar na natureza, e longe de estímulos eletrónicos promove a criatividade. Sobre este tempo agradável, Eclesiastes diz “Se Deus concede a alguém (…) bens e lhe permite que coma deles, que sinta nisso a sua recompensa e goze do fruto do seu trabalho. Isso é um dom de Deus.”
Seja amável.
Como passamos, normalmente, muito tempo no nosso ambiente de trabalho, e por vezes sofremos algumas pressões e contrariedades, podemos tender a esquecer a amabilidade e a gentileza, trocando-as por palavras frias e ocas. Mas os bons relacionamentos no trabalho são necessários e proveitosos. I João 3:18 ensina-nos a amar com as nossas atitudes “não amemos com palavras e discursos, mas com ações e com verdade”. E isto aplica-se também em relação ao chefe! Romanos 13:7 fala-nos disso também: devemos respeitar a quem devemos respeito e honrar a quem devemos honra.
Cerque-se de pessoas motivadas
Quando temos um líder motivado e que nos motiva, é mais fácil prosseguir, apesar das contrariedades. Mas mesmo nas nossas amizades, devemos ser sábios na escolha e evitar as conversas que criticam os colegas, as chefias, as decisões, as normas. Em todos os locais haverá coisas a melhorar, mas a critica mordaz não motiva à mudança para melhor, antes pelo contrário. Não tomar parte com os provocadores, antes alimentar-nos da motivação correta e da Palavra de Deus, pode fazer de nós “árvores plantadas à beira de águas correntes” e em tudo o que fizermos, seremos bem-sucedidos (Salmos 1:3). Não será este o desejo de todos nós?
Elsa Correia Pereira
Socióloga, Autora | Comitê de Referência Summit PortugalMotivados para o trabalho
Publicado em 26 de Março de 2020Gosto muito de pensar sobre as questões da motivação para o trabalho. Sou fã da excelência, e penso que a motivação é o código postal para um trabalho de excelência. Sei que nem todas as pessoas têm o privilégio de trabalhar em tarefas agradáveis, que gostem, ou para as quais se sintam particularmente dotadas, mas esta não deve ser uma justificação para fazer apenas o “suficiente”. Quanto penso em alguém que esteja a fazer um trabalho menos agradável, ou que não goste penso em alguém a escrever com a mão contrária ao que está habituado. Experimente. Se for dextro, escreva um texto com a mão esquerda. Ao início vai ter vontade de desistir, achar que aquilo não serve para nada, vai sentir-se muito desconfortável. No entanto, à medida que avança no texto, vai sentindo-se mais descontraído. Se treinasse bastante, acabaria por melhorar significativamente esta habilidade, e, em caso de impossibilidade de escrever com a mão com que habitualmente escreve, já estaria preparado para agir.
O que quero dizer com este exemplo, é que poderemos aprender e treinar-nos a estar motivados, mesmo que seja em situações adversas. Eis aqui algumas dicas para manter ou melhorar a motivação.
Considere o seu trabalho digno, importante e significativo.
Se imaginarmos uma conversa entre o Bill Gates e uma auxiliar de limpezas, com certeza pensamos que o Bill Gates para se apresentar, diria “Olá, eu sou o Bill Gates, o Presidente da Microsoft, e a senhora o que faz?”. A senhora, por sua vez, possivelmente diria “sou apenas uma auxiliar de limpezas.” Mas apenas porquê? Temos tendência a valorizar, e assumir que os outros valorizam mais, trabalhos onde se ganha muito dinheiro, se é reconhecido, se detém poder. No entanto, não é tão importante para a saúde e o ambiente manter as casas, os escritórios, os edifícios limpos? Não subestime o seu trabalho, seja ele qual for. Ele é um serviço que contribui para o bem comum. E lembre-se de exemplos como José (o filho de Jacó que foi vendido para o Egipto) ou David. Ambos, muito jovens, começaram a trabalhar com rebanhos no campo, no entanto, o seu carácter e a sua tenacidade, juntamente com a ajuda de Deus tornaram-nos pessoas de destaque na sociedade do seu tempo.
Seja qual for o seu trabalho, faça a diferença.
A Bíblia diz que nós devemos estar “preparados para toda a boa obra” (II Timóteo 3:16-17). De facto, a preparação para um trabalho, seja pelos estudos, pela formação profissional, pelo ver fazer, pelo treino pessoal, é o ponto de partida para um desempenho de excelência. Seja qual for a tarefa, o escritor de Eclesiastes aconselha “Tudo quanto vier à tua mão para fazer, fá-lo com todas as tuas forças” (Eclesiastes 9:10). O empenho numa tarefa, normalmente, mais cedo ou mais tarde, é notado por alguém. Podemos preparar as mesas do refeitório, mas podemos também colocar uma flor colorida em cada uma delas. Podemos simplesmente atender telefones e passar chamadas, ou podemos escutar a pessoa que está do outro lado, e amavelmente responder às suas necessidades.
Considere o seu trabalho como uma missão.
Todo o trabalho tem o seu propósito. Mesmo quando gostamos muito do que fazemos, podemos perder de vista esta importante verdade, no meio da rotina, do cansaço e do passar dos dias. Deus quis ensinar-nos como é importante trabalhar. Ele próprio, logo no início, criou todas as coisas em 6 dias e ao sétimo descansou. Jesus Cristo, que tinha como missão suprema o sacrifício na cruz para nossa reconciliação com Deus, aprendeu, enquanto jovem, uma profissão: carpinteiro. O trabalho, mesmo secular, técnico, prático, deve ser visto como um serviço a Deus, servindo o próximo. Em hebraico, existe uma palavra que designa tanto “trabalho” como “adoração”, avodah, o que traduziríamos em português como serviço. Esta palavra é usada algumas vezes no Velho Testamento. E lembra-nos que fazendo com excelência aquilo que Deus colocou no nosso caminho para fazermos, estamos a dar-Lhe honra e a adorá-Lo.
Seja excelente, seja influente.
Lembremos o exemplo de Daniel. Ele tinha tudo para não estar motivado no trabalho. Tinha sido levado cativo do seu país (naquela altura, o reino de Judá) para a Babilónia, juntamente com outros jovens judeus, para estar ao serviço do rei. A Babilónia tinha outra cultura, outros hábitos, outros deuses. Mas Daniel trabalhava, sobretudo, para o seu Deus, para o Rei dos Reis. Três vezes ao dia pedia a Sua ajuda em oração. Deus concedeu-lhe sabedoria e conhecimento. E, apesar de ser injustamente acusado, Daniel confiou no seu Deus e foi promovido. Daniel manteve a sua posição importante no império durante o reinado de quatro reis: Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro. Provérbios 22:29 ensina-nos: “Repara naquele que faz bem o seu trabalho: esse poderá estar ao serviço de reis e não de gente insignificante.” Como cristãos, não devemos fazer apenas o trabalho para o qual somos pagos, mas ir um pouco mais além. Tal como diz Lucas 17:10, se não fizermos mais do que a nossa obrigação, somos apenas simples trabalhadores.
No seu trabalho, lembre-se que está na presença de Deus
É fácil para nós esforçarmo-nos mais quando o chefe, ou alguém importante está a ver, ou reconhece o nosso valor. Difícil é, persistir no anonimato, no dia-a-dia. O que fazemos quando ninguém está a ver, é carácter. Mas Deus vê. A Bíblia fala-nos de um exemplo, Nimerode, caçador. Em Génesis 10:9 diz que ele foi “um valente caçador, com a ajuda do Senhor” ou “diante do Senhor”. Para o seu tempo, há milhares de anos atrás, ser caçador deveria ser uma profissão bastante comum, no entanto, Nimerode destacou-se, porque agia com ousadia e tinha a ajuda de Deus. De tal forma que ele se tornou uma referência para a sua geração, e as pessoas diziam para outras, desejando-lhes um bom futuro “Que o Senhor o faça um valente caçador como Nimerode.” Creio que a ajuda de Deus não se restringe aos tempos bíblicos, e, por causa de Jesus, Deus pode ajudar-nos também a ser referência para a nossa geração nos nossos trabalhos/ ocupações. Lembrar que estamos “diante de Deus” leva-nos a ser diligentes e a fazer um trabalho de excelência. Deus promete recompensar quem assim procede “O que fizerem, façam-no de todo o coração como se estivessem a servir o Senhor e não os homens. Lembrem-se de que a recompensa vem do Senhor…” (Colossenses 3:23-24).
Fique atento às oportunidades
Devido ao contexto sócio económico de hoje, existem muitas pessoas que se sujeitam a realizar tarefas muito diferentes das competências que adquiriram pelos estudos. Mas isso não será necessariamente mau. A sua persistência, carácter e atenção às oportunidades podem levá-lo mais longe. A Bíblia relata-nos o episódio de uma menina que não tinha nenhuma razão para estar motivada. As tropas Sírias tinham invadido o seu país (Israel), e tinham-na trazido como escrava para servir a esposa do comandante dos exércitos da Síria. Imagine: longe da sua terra, da sua família, trazida forçadamente para trabalhar a fazer tudo o que lhe pedissem! No entanto, o seu coração cheio do amor de Deus, fê-la reparar nas necessidades dos seus proprietários – o comandante sírio era leproso. Uma doença terrível e incurável naquele tempo. A menina indicou que o profeta de Deus, em Samaria, poderia interceder por ele e Deus curá-lo-ia. Que compaixão! Levar a cura ao inimigo – a quem a separara dos seus pais. A Bíblia não relata o que aconteceu com a menina, a seguir, mas o que é certo é que Naamã (assim se chamava o comandante) foi curado. Nunca saberemos se seremos verdadeiramente reconhecidos quando agarramos uma oportunidade no nosso local de trabalho e apresentamos as respostas, mas, com a ajuda de Deus, teremos a possibilidade de avançar e deixar o resto com Ele.
Persiga o sucesso
Para a sociedade atual, o sucesso é posse, poder e posição. Para o cristão o sucesso é partilhar, persistir e perseverar. “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia” (Robert Collier). Não desista se não obtiver de imediato os resultados desejados. Não sabemos o que será o futuro, mas não o devemos recear. A cada dia, deveremos fazer o melhor e dar o melhor de nós mesmos. Como Jesus ensina “Não devem andar preocupados com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia a sua dificuldade.” (Mateus 6: 34).
Descanse
O descanso não foi uma invenção de homens, foi uma ordem de Deus. Deus descansou ao sétimo dia, e ordenou que o seu povo assim o fizesse. O descanso no sétimo ano, foi também uma ordem em relação à terra, que não seria cultivada nesse ano para repor as suas propriedades minerais. Infelizmente, esta foi uma das ordens que os israelitas mais tiveram dificuldade em cumprir. Trabalhar, trabalhar, trabalhar sem parar não resolve tudo. O descanso melhora a atenção, a memória, as habilidades motoras, o humor e a capacidade de tomar decisões. Lembre-se “de nada vos serve trabalhar de sol a sol e comer um pão ganho com tanta fadiga, quando Deus é que dá a prosperidade aos seus fiéis” (Salmo 127:2).
Retempere forças realizando agradáveis atividades de lazer.
Desporto, estar com os amigos, ler, passear na natureza, frequentar atividades culturais, tanta coisa que podemos fazer! O lazer promove a estimulação dos nossos centros cerebrais de recompensa associados ao prazer. O lazer é uma das maiores oportunidades para fugirmos da rotina, da repetição. Assim, o nosso cérebro vivencia o novo e o inesperado, que são fatores necessários para a estimulação dos nossos centros de recompensa, com boas repercussões sobre a saúde psíquica e o estado imunológico. Por outro lado, estar na natureza, e longe de estímulos eletrónicos promove a criatividade. Sobre este tempo agradável, Eclesiastes diz “Se Deus concede a alguém (…) bens e lhe permite que coma deles, que sinta nisso a sua recompensa e goze do fruto do seu trabalho. Isso é um dom de Deus.”
Seja amável.
Como passamos, normalmente, muito tempo no nosso ambiente de trabalho, e por vezes sofremos algumas pressões e contrariedades, podemos tender a esquecer a amabilidade e a gentileza, trocando-as por palavras frias e ocas. Mas os bons relacionamentos no trabalho são necessários e proveitosos. I João 3:18 ensina-nos a amar com as nossas atitudes “não amemos com palavras e discursos, mas com ações e com verdade”. E isto aplica-se também em relação ao chefe! Romanos 13:7 fala-nos disso também: devemos respeitar a quem devemos respeito e honrar a quem devemos honra.
Cerque-se de pessoas motivadas
Quando temos um líder motivado e que nos motiva, é mais fácil prosseguir, apesar das contrariedades. Mas mesmo nas nossas amizades, devemos ser sábios na escolha e evitar as conversas que criticam os colegas, as chefias, as decisões, as normas. Em todos os locais haverá coisas a melhorar, mas a critica mordaz não motiva à mudança para melhor, antes pelo contrário. Não tomar parte com os provocadores, antes alimentar-nos da motivação correta e da Palavra de Deus, pode fazer de nós “árvores plantadas à beira de águas correntes” e em tudo o que fizermos, seremos bem-sucedidos (Salmos 1:3). Não será este o desejo de todos nós?
Sobre a Autora
Elsa Correia Pereira
Socióloga, AutoraComitê de Referência Summit Portugal
Elsa Correia Pereira nasceu em Canha, concelho do Montijo. Licenciada em Sociologia e Planeamento pelo ISCTE, sempre esteve ligada à área social através do voluntariado e profissionalmente desde 2003. Fez formação teológica e frequentou a pós graduação em Relação de Ajuda e Intervenção Terapêutica (UAL). Apreciadora do Associativismo, é parte dos órgãos sociais de algumas Associações sem Fins Lucrativos. É comunicadora na área das causas sociais e direitos humanos. Colabora como escritora em publicações de inspiração cristã. É autora do livro "Diário de uma Mulher Feliz". É casada e tem 2 filhos.